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Projeção de Mercator

A projeção de Mercator foi desenvolvida no período das Grandes Navegações. Ela é caracterizada pela conservação das formas e pela distorção do tamanho dos territórios.

Mapa do IBGE ilustrando a projeção de Mercator.
A projeção de Mercator é uma projeção cartográfica do tipo cilíndrica conforme. [1]
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A projeção de Mercator é uma projeção cartográfica desenvolvida por Gerhard Mercator no ano de 1569. Trata-se de uma projeção do tipo cilíndrica conforme, caracterizada pela conservação das formas dos territórios e distorção de seus tamanhos, principalmente daqueles países situados mais distantes da Linha do Equador. Os paralelos e meridianos, na projeção de Mercator, consistem em linhas retas que se cruzam e formam ângulos retos. Ela é até hoje empregada no desenvolvimento de cartas náuticas, que são utilizadas nas navegações.

Veja também: Projeção de Robinson — a projeção mais utilizada nos livros e atlas atuais

Tópicos deste artigo

Resumo sobre projeção de Mercator

  • A projeção de Mercator é uma projeção cilíndrica conforme.

  • Os paralelos e meridianos são linhas retas que se cruzam formando ângulos de 90°.

  • As formas dos países são preservadas, já as dimensões são distorcidas.

  • A proporção dos territórios é exagerada nas latitudes altas, ou seja, nas áreas mais afastadas da Linha do Equador.

  • Essa projeção foi desenvolvida pelo cartógrafo Gerhard Mercator no ano de 1569 e teve grande utilidade durante as Grandes Navegações.

  • Até hoje ela é muito empregada na confecção de cartas náuticas.

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Quais são as características da projeção de Mercator?

A projeção equidistante de Mercator é um tipo de projeção cartográfica cilíndrica conforme. Nessa projeção, a superfície esférica do planeta Terra aparece planificada na forma de um retângulo, como se projetada sobre um cilindro. Esse cilindro, por sua vez, seria tangente à Linha do Equador.

No planisfério de Mercator, os paralelos e meridianos aparecem representados como linhas retas e formando ângulos retos entre si, isto é, de 90°. Nela, os meridianos estão dispostos em intervalos angulares iguais em toda a extensão do mapa.

Os paralelos, em contrapartida, se dispõem em intervalos cada vez maiores à medida que se afastam do Equador. Dada a conservação dos ângulos, as formas dos países e continentes são preservadas. No entanto, apresenta dimensões distorcidas, principalmente nas áreas mais distantes do Equador.

Nota-se, por exemplo, que o território da Groenlândia é representado quase com as mesmas proporções do Brasil, quando na realidade ele é quase quatro vezes menor em área do que o território brasileiro. O continente europeu também aparece com as dimensões exageradas, além de ter sido colocado em uma posição quase central no planisfério, ou seja, é uma projeção eurocentrista.

Mapa do Brasil feito com a projeção de Mercator. [2]
Mapa do Brasil feito com a projeção de Mercator. [2]

Diferenças entre a projeção de Mercator e a projeção de Peters

A projeção de Peters foi elaborada dois séculos depois do surgimento da projeção de Mercator pelo historiador alemão Arno Peters (1916–2002), no ano de 1974. Por ter sido feita com base na projeção do escocês James Gall (1808–1895), é chamada também de projeção de Gall-Peters.

Trata-se de uma projeção cilíndrica equivalente, de modo que na projeção de Peters a área dos continentes e países é conservada, mas suas formas são distorcidas proporcionalmente. O espaçamento entre os paralelos diminuem em direção às altas latitudes, o inverso do que observamos na projeção de Mercator.

Além disso, Peters dá ênfase aos países e continentes emergentes e subdesenvolvidos, como é o caso da América do Sul e a África, que são representados de forma alongada no sentido norte-sul, o que é interpretado como uma crítica ao planisfério de Mercator, que dá ênfase aos territórios desenvolvidos do norte, como Europa e América do Norte.

Leia também: Projeção descontínua de Goode — a projeção que beneficia as superfícies continentais

Vantagens da projeção de Mercator

Por meio da projeção de Mercator é possível saber qual é o real formato dos países e continentes com precisão, uma vez que eles são conservados. Além disso, as latitudes e longitudes são dispostas no planisfério por meio de linhas retas, o que facilita a identificação das coordenadas geográficas.

Outra vantagem atribuída à projeção de Mercator é o fato de que as distâncias e direções são mensuradas com elevado grau de precisão. Por essa razão, essa projeção cartográfica é muito utilizada na confecção de cartas náuticas, que são representações de mares e outras superfícies aquáticas e servem de apoio para as navegações.

Suas características proporcionam ainda seu emprego na confecção de mapas com escala muito pequena, que são aquelas cartas que representam áreas muito grandes, a exemplo do próprio mapa-múndi.

História da projeção de Mercator

Selo alemão do cartógrafo Gerhard Mercator.
Gerhard Mercator, cartógrafo responsável pela projeção de Mercator e pai da cartografia moderna. [3]

A projeção de Mercator foi desenvolvida pelo cartógrafo Gerhard Mercator (1512–1594), nascido na antiga região europeia de Flandres, onde hoje se localiza a Bélgica. A publicação do planisfério por ele elaborado aconteceu no ano de 1569, o mesmo período em que estavam em curso as Grandes Navegações, conhecidas pelo deslocamento de extensas frotas de navios europeus pelo oceano Atlântico em busca de rotas marítimas para o continente asiático. Esse período foi marcado pelo estabelecimento de colônias europeias na América, na África e na Ásia.

Ressalta-se que o mapa desenvolvido por Mercator é uma projeção cartográfica classificada como eurocentrista por colocar a Europa em uma posição de destaque, reforçando a ideia de centralidade do continente no contexto histórico do século XVI. Gerhard Mercator é conhecido pela cunhagem do termo atlas, utilizado para designar um conjunto de mapas, além de ter sido responsável por uma ampla contribuição para a cartografia que lhe rendeu o apelido de “pai da cartografia moderna”.

Exercícios resolvidos sobre projeção de Mercator

Questão 1

(Unicamp) Abaixo é reproduzido um mapa-múndi na projeção de Mercator.

 Mapa-múndi na projeção de Mercator.

É possível afirmar que, nesta projeção,

A) os meridianos e paralelos não se cruzam formando ângulos de 90°, o que promove um aumento das massas continentais em latitudes elevadas.

B) os meridianos e paralelos se cruzam formando ângulos de 90°, o que distorce mais as porções terrestres próximas aos polos e menos as porções próximas ao Equador.

C) não há distorções nas massas continentais e oceanos em nenhuma latitude, possibilitando o uso deste mapa para a navegação marítima até os dias atuais.

D) os meridianos e paralelos se cruzam formando ângulos perfeitos de 90°, o que possibilita a representação da Terra sem deformações.

Resolução:

Alternativa B

Na projeção de Mercator, os paralelos e meridianos se cruzam formando ângulos retos (90°). Outro aspecto importante é que o tamanho dos territórios é distorcido nas latitudes mais elevadas, ou seja, nas regiões mais distantes da Linha do Equador. Próximo desse paralelo, as distorções são menores.

Questão 2

(UERJ)

 Representação do território do Reino Unido em três perspectivas.

Nas representações acima do território do Reino Unido, em três latitudes diferentes, foi utilizada a projeção cartográfica de:

A) Peters

B) Lambert

C) Mercator

D) Robinson

Resolução:

Alternativa C

Na imagem acima, podemos observar que o formato do Reino Unido é o mesmo nas três representações. O seu tamanho, no entanto, varia consideravelmente quando ele é representado em altitude elevada (sobre a Groenlândia, em amarelo) e em baixa latitude, próximo do Equador (em azul). Essa característica mostra que a projeção utilizada foi a de Mercator.

Créditos de imagem

[1] IBGE (reprodução)

[2] IBGE (reprodução)

[3] rook76 / Shutterstock

 

Por Paloma Guitarrara
Professora de Geografia

Escritor do artigo
Escrito por: Paloma Guitarrara Licenciada e bacharel em Geografia pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e mestre em Geografia na área de Análise Ambiental e Dinâmica Territorial também pela UNICAMP. Atuo como professora de Geografia e Atualidades e redatora de textos didáticos.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

GUITARRARA, Paloma. "Projeção de Mercator"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/projecao-mercator.htm. Acesso em 19 de março de 2024.

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