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Poluição nos centros urbanos

A poluição nos centros urbanos manifesta-se, principalmente, com a degradação do ar, dos recursos hídricos e dos solos.

A poluição do ar é um dos principais problemas ambientais nos centros urbanos
A poluição do ar é um dos principais problemas ambientais nos centros urbanos
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As cidades representam, desde a constituição da modernidade industrial, os principais centros econômicos, sociais e geográficos do mundo, aglomerando em torno de si a maior parte de investimentos e serviços. Além disso, segundo a ONU, desde 2007, o número de pessoas vivendo em espaços urbanos ultrapassou os habitantes residentes no meio rural, algo já comum em países desenvolvidos e até em boa parte dos emergentes, incluindo o Brasil.

Todavia, esse desenvolvimento urbano manifesta-se acompanhado por uma série de problemas, incluindo aqueles de ordem ambiental. Não obstante, a poluição nos centros urbanos tornou-se uma das problemáticas mais evidentes a serem enfrentadas nas esferas da qualidade de vida das cidades e também na preservação do meio natural. A elevada emissão de poluentes tóxicos na atmosfera, além da degradação de recursos naturais florestais e hídricos, constitui alguns dos principais desafios a serem superados.

Nesse sentido, podemos elencar três tipos principais de poluição urbana a serem combatidos ou reduzidos: a poluição do ar, a poluição hídrica e a poluição e degradação dos solos. Atenuar os efeitos dessas ações antrópicas no espaço das cidades é de fundamental importância para garantir aquilo que se denomina por sustentabilidade urbana, ou seja, a promoção de um desenvolvimento urbano que não comprometa o meio ambiente para as gerações futuras.

Poluição do ar nas cidades

A poluição do ar é um dos principais agravantes para a redução da qualidade de vida em muitas cidades do planeta, e isso inclui até mesmo os centros urbanos de países desenvolvidos. A cidade de Paris, por exemplo, decretou, em março de 2015, a implantação temporária de um sistema de rodízio de carros em função da poluição atmosférica para além dos limites aceitáveis. Problemas semelhantes reproduzem-se em inúmeras outras grandes capitais do mundo.

No Brasil, as metrópoles e grandes capitais também passam pelos mesmos problemas. Na cidade de São Paulo, segundo estimativas realizadas por ONGs ambientais, existem 20% mais chances de se sofrer de câncer de pulmão em comparação com espaços menos poluídos. Tudo isso causado pelo excesso de veículos, indústrias e outros elementos sociais que emitem uma grande quantidade de poluentes tóxicos para a atmosfera.

A poluição atmosférica nos centros urbanos também se intensifica pela remoção da vegetação, no sentido de que áreas arborizadas ou grandes reservas são eventualmente substituídas por ruas pavimentadas e infraestruturas de mobilidade, como os viadutos. E isso tudo sem falar das áreas de expansão urbana, que se encontram também cada vez mais degradadas em sua paisagem natural. Outro “vilão” é a inversão térmica, um fenômeno atmosférico natural e comum em dias de inverno e em manhãs frias que dificulta a dispersão dos poluentes.

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Poluição hídrica nas cidades

A poluição das águas, sobretudo dos cursos fluviais, ocorre de várias formas. Uma delas é a excessiva poluição e má destinação do lixo no espaço físico da própria cidade, que necessariamente integra uma bacia hidrográfica em específico. Assim, em tempos de chuva, todo o lixo acumulado nas ruas e calçadas é escoado em direção ao curso de algum rio, que se torna inutilizável.

Além disso, a falta de estrutura ou o planejamento incorreto no destino de resíduos sólidos também intensificam o problema. As redes de esgoto, muitas vezes, não contam com estações de destino e tratamento da água, depositando todo o material em grandes rios e até nos mares, no caso das cidades litorâneas. Isso, além de comprometer a disponibilidade de água potável, prejudica a preservação de espécies animais e dos ecossistemas.

Destaca-se, também, nesse contexto, o descarte direto de lixo de maneira irregular no leito dos cursos d'água, o que perpassa por uma má consciência individual e coletiva da população e também por uma política frágil de fiscalização e preservação dos recursos naturais em muitos municípios.

Os custos para a despoluição completa desses rios tornam-se impraticáveis para a maior parte das administrações públicas, o que torna o problema ainda mais grave no espaço geográfico urbano.

O descarte ilegal de lixo em cursos d'água nos centros urbanos é uma prática bastante comum
O descarte ilegal de lixo em cursos d'água nos centros urbanos é uma prática bastante comum

Poluição do solo urbano

O solo no espaço das cidades também acaba sendo alvo da elevada poluição, que ocorre principalmente pelo errôneo manejo dos resíduos sólidos. Nos lixões e nos aterros sanitários, o acúmulo de lixo urbano gera um líquido poluente chamado de “chorume”, que infiltra e torna os solos improdutíveis. Além disso, quando atinge o lençol freático, essa forma poluição compromete também a disponibilidade de água.

Esse problema pode ser combatido com a extinção dos lixões – algo oficialmente efetuado no Brasil em 2014, mas ainda muito presente na prática – e difusão de políticas de reciclagem ou reaproveitamento dos materiais descartáveis. No Brasil, esses procedimentos estão contemplados pela Política Nacional de Resíduos sólidos, mas ainda se portam como grandes desafios a serem superados.

O acúmulo de resíduos em lixões e aterros sanitários compromete os solos urbanos
O acúmulo de resíduos em lixões e aterros sanitários compromete os solos urbanos


Por Me. Rodolfo Alves Pena

Escritor do artigo
Escrito por: Rodolfo F. Alves Pena Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

PENA, Rodolfo F. Alves. "Poluição nos centros urbanos"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/poluicao-nos-centros-urbanos.htm. Acesso em 28 de março de 2024.

De estudante para estudante


Lista de exercícios


Exercício 1

Efeitos da poluição do ar em diferentes cidades entre 27/11 a 10/12 de 1962:

Localização

Data

Efeitos

Leste dos EUA

(Washington, Filadélfia, Nova Iorque, Cincinnati)

27/11 a 5/12

Aumento dos sintomas

de doenças respiratórias.

Londres

5 a 7/12

700 mortes em excesso

e altas concentrações de

dióxidos de enxofre e

material particulado

Roterdã

2 a 7/12

Concentrações de dióxido

de enxofre aumentaram

cinco vezes. Aumentaram

as doenças cardíacas

em pessoas acima de 50 anos.

Hamburgo

3 a 7/12

Concentrações de dióxido

de enxofre aumentaram

cinco vezes. Aumentaram

as doenças cardíacas.

Osaka

7 a 10/12

60 mortes em excesso.

Tabela dos efeitos da poluição do ar em algumas cidades no ano de 1962

VIEIRA, N. R. Poluição do ar: indicadores ambientais. Rio de Janeiro: E-papers, 2009. p.56 (adaptado).

Entre os fatores que aumentam o tipo de poluição urbana que produz os efeitos acima listados, podemos citar:

I. Aumento da frota veicular;

II. Remoção da vegetação;

III. Verticalização excessiva das áreas centrais;

IV. Contaminação de rios por esgoto doméstico;

V. Depósito incorreto de material tóxico nos solos;

Estão corretas as afirmativas:

a) I e III

b) II e IV

c) II, III e V

d) I, II e III

e) I, IV e V

Exercício 2

“Por ano, cerca de 1,3 milhão de mortes no mundo são causadas pela poluição urbana, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Só em São Paulo morrem 4 mil por ano. Em 2004, quando o número de carros era um terço menor, estima-se que o número de mortes tenha sido 2,9 mil. Idosos, crianças, gestantes, portadores de doenças respiratórias e cardíacas crônicas e, principalmente, os mais pobres – que têm níveis maiores de exposição – são os principais atingidos”.

HARARI, I.; CRISTI, A. Pobres são os mais atingidos pela poluição urbana, diz médico da USP. Carta Maior, 02 ago. 2012. Disponível em: <http://cartamaior.com.br>. Acesso em: 12 jun. 2015.

Um fenômeno atmosférico que intensifica o problema da poluição do ar e prejudica a qualidade de vida nas cidades é:

a) A inversão térmica

b) A ilha de calor

c) O efeito estufa

d) O El Niño

e) O refluxo de ar