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Oceano Pacífico

Oceano Pacífico é o maior oceano da hidrosfera, cobrindo um terço da superfície terrestre. Possui grande importância econômica, e sofre atualmente com a poluição.

Localização do oceano Pacífico, em azul-escuro.
Localização do oceano Pacífico, em azul-escuro.
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O oceano Pacífico é o conjunto de águas que banha o leste da Ásia e da Oceania e a porção oeste do continente americano, circundando, além disso, dezenas de milhares de ilhas. Cobre aproximadamente um terço da superfície do planeta Terra, sendo o maior oceano entre os cinco. Abriga o ponto mais profundo da hidrosfera, que fica na fossa das Marianas, a quase 11 mil metros abaixo da superfície.

No Pacífico se formam fenômenos climáticos, como o El Niño e a La Niña, e naturais, como tempestades tropicais, maremotos e tsunamis. Lembremos que nele está situado o Círculo de Fogo, área de maior instabilidade tectônica do mundo. Entre os sérios problemas ambientais que acometem esse oceano, está a poluição por plásticos e microplásticos — sua dimensão é tamanha que houve a formação de uma espécie de ilha de plástico nas proximidades do Havaí.

Leia também: Qual a influência das correntes marítimas no clima?

Tópicos deste artigo

Quais as características do oceano Pacífico?

O oceano Pacífico é o maior dos oceanos que cobrem a Terra. A área banhada por ele é de 161,76 milhões de km², quase o dobro da extensão do oceano Atlântico. Esse valor representa uma parcela de 31,7% de toda a área do planeta. Em termos de volume, comporta aproximadamente 660 milhões de km³ de água. Isso é possível graças à sua profundidade média de 4080 metros, também superior à dos demais.

O ponto mais profundo do Pacífico e de toda a hidrosfera terrestre fica nas proximidades das ilhas Marianas, no mar das Filipinas. Trata-se da depressão Challenger, na fossa das Marianas, a 10.924 metros abaixo da superfície.

As temperaturas das águas superficiais do Pacífico correspondem às maiores depois daquelas encontradas no Índico, o mais quente dos oceanos. A média varia entre 21 ºC e 27 ºC, embora, em um intervalo de tempo de 3 a 7 anos, possa ocorrer o resfriamento ou aquecimento das águas equatoriais, dando origem a fenômenos atmosféricos de amplo alcance.

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Origem do nome do oceano Pacífico

O nome do oceano Pacífico foi dado pelo explorador português Fernão de Magalhães, em uma de suas expedições no século XVI. Em 1520, após um ano navegando pelas águas do Atlântico, sua frota atravessou a área atualmente denominada Estreito de Magalhães, em sua homenagem, que fica no sul do continente americano. Ao fazer a travessia em direção à Ásia, depararam-se com uma vastidão de águas calmas, portanto, pacíficas.

Geografia do oceano Pacífico

O Pacífico separa o leste da Ásia e da Oceania da porção oeste do continente americano. Ao norte, possui contato com o oceano Ártico através da passagem conhecida como Estreito de Bering, enquanto suas águas meridionais fazem a transição para o oceano Antártico. Além desses, encontra-se também com o Índico e com o Atlântico. É atravessado pela Linha do Equador, que o divide em Pacífico Norte e Pacífico Sul.

As condições climáticas encontradas são bastante distintas em termos regionais. Fruto dos sistemas de pressão e dos sistemas de ventos de oeste e alísios, o sul e o leste do Pacífico possuem clima estável. É importante ressaltar que há, sim, a ocorrência eventos sazonais e também de fenômenos extremos, embora sua frequência seja menor.

A situação é diferente no norte e no oeste. Nesta região, há a alternância entre estações secas e o período das monções, que ocorrem, respectivamente, no inverno e no verão, em especial no sul e sudeste do continente asiático. Além disso, é comum a ocorrência de fenômenos como tempestades tropicais.

Imagem de uma fossa oceânica com alguns peixes
Fossas oceânicas, montanhas e planícies são algumas das formas encontradas no fundo do oceano Pacífico.

O relevo oceânico do Pacífico é heterogêneo, dispondo de feições diferenciadas entre suas porções leste e oeste associadas à tectônica. A primeira é caracterizada pela presença de uma estreita plataforma continental, taludes íngremes e fossas oceânicas, enquanto as áreas montanhosas estão situadas ao norte. A segunda, por sua vez, é marcada pelas grandes fossas oceânicas, como a fossa das Marianas, que indicam o encontro de placas tectônicas, conjuntos de montanhas e ilhas vulcânicas, ao contrário das áreas centrais, em que predomina um relevo plano.

Leia também: O que são as dorsais oceânicas?

Ilhas e mares

A vastidão do Pacífico está refletida na quantidade de ilhas que ele circunda, que totalizam, aproximadamente, 30 mil. Essas ilhas se dividem entre três grandes sub-regiões: Micronésia, Melanésia e Polinésia. Confira, a seguir, as principais ilhas de cada uma dessas áreas, incluindo alguns dos países insulares.

  • Micronésia

    • Ilhas Mariana

    • Ilhas Carolina

    • Ilhas Marshall

    • Quiribati

  • Melanésia

    • Nova Guiné

    • Ilhas Fiji

    • Ilhas Salomão

    • Nova Caledônia

    • Arquipélago de Bismarck

  • Polinésia

O conjunto de águas do oceano Pacífico é formado também por uma grande quantidade de mares, entre os quais citamos:

  • Mar de Bali

  • Mar de Bering

  • Mar de Coral

  • Mar da China Oriental

  • Mar da China Meridional

  • Mar do Japão

  • Mar das Filipinas

  • Golfo do Alasca

Fenômenos originados no oceano Pacífico

Diversos fenômenos naturais e climáticos têm origem no Pacífico, os quais produzem consequências mais intensas para aqueles países banhados por ele, mas podem repercutir também em outras áreas, como no Brasil.

  • Atmosféricos

Os fenômenos atmosféricos oceânicos são aqueles que, embora tenham origem sobre as águas do Pacífico, no caso, alteram temporariamente o padrão de circulação atmosférica, gerando mudanças sazonais na pressão sobre essas áreas e, consequentemente, no regime de chuvas e de ventos. Os dois principais fenômenos atmosféricos que ocorrem no Pacífico são o El Niño e La Niña.

O El Niño corresponde ao aquecimento anormal das águas do Pacífico Sul (equatorial), o que forma uma zona de baixa pressão e altera a circulação de ventos e o regime de chuvas em diversas regiões do planeta. Nas áreas onde ele se origina, há ocorrência de chuvas e tempo quente. No Brasil, esse fenômeno causa intensificação das secas no Nordeste, redução da precipitação na região Norte, e chuvas intensas na região Sul do país, de acordo com o Inpe.

Com o La Niña acontece o oposto, ou seja, o resfriamento das águas do Pacífico nas proximidades do Equador, deixando o tempo seco e frio nas proximidades de onde se originou. No território nacional, observa-se intensificação das chuvas nas regiões Norte e Nordeste e tempo seco no Sul e Sudeste.

  • Naturais

Os fenômenos naturais de maior incidência no Pacífico são os tufões e ciclones, que podem ser chamados também de tempestades tropicais ou furacões no Pacífico Norte. Trata-se de tempestades com ventos que atingem velocidade superior a 119 km/h, de ocorrência mais comum entre meados de maio e final de novembro. As áreas que mais concentram esse tipo de fenômeno são o leste das Filipinas, as regiões sul e sudeste da China, e o sul do México.

Tufões se formam no Pacífico entre os meses de maio e novembro.
Tufões se formam no Pacífico entre os meses de maio e novembro.

O Pacífico recobre uma área de elevada instabilidade tectônica, caracterizada pelo encontro de placas. Essa região é chamada de Círculo de Fogo, onde a incidência de vulcanismo e intensos tremores de terra é maior do que em qualquer outro lugar do planeta, o que inclui também os chamados maremotos.

Estes, por sua vez, podem gerar tsunamis de grandes proporções e alto grau de destruição nos territórios atingidos. Um exemplo é o terremoto seguido de tsunami que devastou áreas do Japão, em 2011, e que ficou conhecido como terremoto de Fukushima.

Leia também: Quais as diferenças entre furacão, tornado e ciclone?

Qual a importância do oceano Pacífico?

A importância do Pacífico abrange fatores de ordem econômica, social e ecológica. Seus mares desempenham o papel de vias de navegação e transporte, sendo responsáveis pelos deslocamentos de pessoas e cargas entre os hemisférios leste e oeste principalmente. Destaca-se a presença de grandes portos comerciais, como os de Xangai (China), Hong Kong, Yokohama (Japão), Cingapura, Sydney (Austrália) e Bangkok (Tailândia).

O turismo é uma importante atividade econômica desenvolvida no Pacífico, em suas milhares de ilhas e paisagens paradisíacas. Pensando no setor primário, a pesca praticada nesse oceano corresponde a quase 60% de toda a atividade pesqueira mundial, com maior concentração na região do Pacífico Noroeste, que inclui as zonas costeiras da China, da Coreia do Sul, do Japão e de Taiwan. Além dos pescados, outros recursos naturais são encontrados no Pacífico, como areia, minerais, petróleo e gás natural.

Problemas ambientais

Banhando áreas densamente povoadas e de elevado dinamismo econômico, o oceano Pacífico enfrenta sérios problemas ambientais, muitos deles compartilhados com os outros grandes oceanos que cobrem o planeta. A intensificação da atividade pesqueira (tanto legal quanto ilegal) para patamares muito além da capacidade reprodutiva desses animais, como descreve a revista National Geographic, é um desses problemas e afeta a conservação da vida marinha.

Das repercussões graves para a biodiversidade oceânica, temos também as grandes quantidades de lixo, notadamente plástico e microplástico. A trilha de descartes encontrada nesse oceano é maior do que nos demais, havendo, inclusive, uma área denominada Grande Ilha de Lixo do Pacífico, que concentra enormes quantidades de material descartado próximo da costa oeste dos Estados Unidos e do Havaí, quase a totalidade do lixo sendo de compostos feitos de plástico.

A intensa exploração petrolífera e vazamentos de navios, os descartes industriais nas regiões portuárias e até mesmo o aumento de CO2 na atmosfera, parte do qual é absorvido pelos oceanos, contribuem para a alteração das águas por meio do processo de acidificação. Isso leva à transformação gradativa no ambiente marinho, levando à morte de algas e animais.

Atol

O oceano Pacífico, em conjunto com o Índico, concentra o maior número de atóis em todo o mundo. Um atol é uma ilha composta por recifes de corais, os quais comumente circundam uma laguna. Sua formação está associada a sucessivas atividades vulcânicas no assoalho oceânico em áreas relativamente rasas, formando estruturas sólidas que se elevam até próximo da superfície e permitem, assim, que corais e outras espécies se instalem.

Atol é uma ilha formada por recifes de corais sobre uma estrutura arenosa e vulcânica.
Atol é uma ilha formada por recifes de corais sobre uma estrutura arenosa e vulcânica.

A ilha de Kirimati ou Christmas, no Pacífico Central, é o maior atol do mundo e integra o arquipélago da República de Kiribati, composto em sua maioria por ilhas com essas características. Outros atóis do Pacífico compõem os arquipélagos de Fiji, Nova Caledônia, Marshall, além de áreas isoladas do oceano, como os atóis de Okinotorishima e Wake.

Continentes e países banhados pelo oceano Pacífico

A linha costeira banhada pelo Pacífico é de 135.663 km. Listamos abaixo, por continente, quais são os principais países que esse oceano alcança.

  • América

  • Ásia

  • Oceania

 

Veja também: Quais são os 10 países mais pobres do mundo?

Curiosidades sobre o oceano Pacífico

  • A área recoberta pelo oceano Pacífico é maior do que o total de terras emersas do planeta Terra, isto é, as áreas somadas dos continentes, ilhas e outras superfícies.

  • O ponto mais profundo do Pacífico possui maior amplitude do que o monte Everest, que se eleva a 8848 metros acima do nível do mar.

  • Na medida em que se aproxima dos oceanos Ártico e Antártico, a temperatura das águas do Pacífico caem e chegam até -2 ºC.

  • As ilhas do Pacífico somam uma população de 2,3 milhões de habitantes, de acordo com o Banco Mundial.

  • Em junho de 2020, a ex-astronauta da Nasa Kathy Sullivan se consagrou como a primeira mulher a mergulhar até as profundezas da depressão Challenger, nas fossas Marianas. Essa expedição foi feita por somente oito pessoas desde a década de 1960.

Exercícios resolvidos

Questão 1 - (Mackenzie 2016) “El Niño deve espalhar anomalias climáticas pelo planeta. O Norte do Brasil, por exemplo, pode ficar ainda mais seco, tornando-se mais suscetível a incêndios naturais em florestas. O Sul deve sofrer com tempestades e inundações.”

(Trecho extraído de reportagem da revista Veja de agosto de 2015).

A respeito do fenômeno EL NIÑO, é correto afirmar que ele resulta do aquecimento fora do normal das águas

A) superficiais e sub-superficiais do oceano Pacífico equatorial.

B) profundas do oceano Pacífico equatorial.

C) superficiais e sub-superficiais do oceano Atlântico brasileiro.

D) superficias e sub-superficiais do oceano Índico.

E) profundas do oceano Índico.

Resolução

Alternativa A. O El Niño tem origem do aquecimento das águas superficiais do Pacífico equatorial.

Questão 2 - (UFRGS 2017) Os oceanos são grandes fontes de alimento pela riqueza de sua vida marinha, embora, nos últimos tempos, venham enfrentando problemas ambientais, provocados por ações humanas.

Considere as seguintes afirmações sobre os problemas ambientais dos oceanos.

I - As águas oceânicas recebem todos os produtos derivados de atividades industriais, mas suas grandes extensões reduzem a concentração dos poluentes, não oferecendo grandes riscos à fauna marinha.

II - A pesca predatória, em escala industrial, retira do mar milhares de toneladas de peixes sem nenhum controle quanto à seleção das espécies e à época de reprodução de cada uma, o que pode levar cardumes inteiros ao desaparecimento.

III - Os acidentes de manutenção nas plataformas de gás e petróleo são responsáveis pela maior parte das descargas de óleo nos oceanos.

Quais estão corretas?

A) Apenas I.

B) Apenas II.

C) Apenas III.

D) Apenas II e III.

E) I, II e III.

Resolução

Alternativa D. Os itens II e III estão corretos. Diferentemente do afirmado no item I, os descartes industriais feitos diretamente nos oceanos são altamente prejudiciais para a fauna e a flora marinhas.


Por Paloma Guitarrara
Professora de Geografia

Escritor do artigo
Escrito por: Paloma Guitarrara Licenciada e bacharel em Geografia pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e mestre em Geografia na área de Análise Ambiental e Dinâmica Territorial também pela UNICAMP. Atuo como professora de Geografia e Atualidades e redatora de textos didáticos.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

GUITARRARA, Paloma. "Oceano Pacífico"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/oceano-pacifico.htm. Acesso em 28 de março de 2024.

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