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Dicas de livros para ler nas férias

Ler livros nas férias é uma maneira de ampliar o vocabulário divertindo-se e estimulando a imaginação e a criatividade.

Pessoa na praia lendo um livro.
Ler livros não didáticos é uma boa opção de lazer para as férias escolares.
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Ler um livro vai além da obrigação da preparação para provas escolares ou vestibulares, tornando-se uma oportunidade para adquirir conhecimento, ampliar o vocabulário, exercitar a imaginação e ser mais criativo(a). Que tal dar um espaço para as obras literárias como forma de lazer nas férias?

A literatura é rica em gêneros textuais, conta com autores para todos os gostos e livros para todos os bolsos. Há também as obras de domínio público, que podem ser acessadas gratuitamente.

O Brasil tem grandes nomes em seu hall de escritores. Muitos estão presentes na rotina dos estudantes, tais como Machado de Assis, Graciliano Ramos, Rachel de Queiroz, Clarice Lispector, Lygia Fagundes Telles, Manuel Bandeira e outros.

Leia mais: Férias – descansar ou estudar para o Vestibular?

As instituições de ensino buscam estimular a leitura por meio das listas de obras literárias de seus vestibulares. Além dos escritores brasileiros já consagrados, há espaço para a literatura estrangeira (desde os clássicos até os contemporâneos). Ficção e realidade estão presentes nos livros que acompanham o estudante durante sua vida. Alguns enredos rendem tanto que são adaptados para o cinema e TV.

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Tópicos deste artigo

O que ler nas férias?

Se você ainda não sabe o que ler nas férias, opção não falta! É possível trazer sensações diferentes para a leitura, como colocar músicas de fundo que correspondem às cenas dos livros (alguns mais atuais trazem sugestões), anotar suas frases preferidas, pesquisar curiosidades sobre o ambiente em que a história se passa. Há também a possibilidade de conciliar o tradicional livro físico com os e-books.

Pensando nos momentos de descanso para colocar a leitura em dia, o Brasil Escola traz sugestões de livros para ler nas férias. Confira!

1. Machado de Assis

Capa de Memórias Póstumas de Brás Cubas, livro de Machado de Assis.
Créditos: Martin Claret

Fundador da Academia Brasileira de Letras, Machado de Assis está presente nas aulas de literatura e língua portuguesa de escolas de todo o país, assim como é figura recorrente em provas de vestibulares e em algumas questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Machado começou sua carreira com obras do Romantismo e depois deu uma virada em seu estilo de escrita, dando o pontapé inicial no Realismo no Brasil. Conheça algumas de suas obras:

- Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881): Já imaginou uma obra em que o morto conta a história de sua vida? Esse é o enredo de Memórias Póstumas de Brás Cubas, uma revolução para a literatura da época (e ainda hoje). Brás Cubas conta diferentes episódios de sua vida, sem ordem cronológica, e convida o leitor a mergulhar em suas experiências.

- Quincas Borba (1891): Quincas Borba, personagem que aparece em Memórias Póstumas de Brás Cubas, deixa sua herança para o ingênuo Rubião no fim do século XIX. Ao mudar para o Rio de Janeiro, Rubião terá que conviver com o jogo de interesses da sociedade e conhecerá mais sobre a relação de poder entre as camadas sociais.

- Dom Casmurro (1899): Os adolescentes Bentinho e Capitu são apaixonados um pelo outro, mas a ida de Bentinho ao seminário separa os dois. Em sua preparação para ser padre, ele conhece Escobar, jovem que vira seu amigo e companheiro de fuga do local. Anos mais tarde, já casado com Capitu, Bentinho passa a desconfiar de sua companheira a partir da morte de Escobar, ficando a dúvida se houve ou não adultério. O leitor terá que ver os relatos e descobrir se existe traição ou se o fato é apenas resultado do ciúme do protagonista.

2. Graciliano Ramos

Capa de Vidas Secas, de Graciliano Ramos.
Créditos: Editora Record

Graciliano Ramos trouxe para a literatura brasileira uma visão real, crítica e dura da vida humana, em especial no sertão brasileiro. Temas como a seca, a fome, a rotina do sertanejo, o funcionalismo público, a figura autoritária do pai e política estão presentes em suas obras. Confira alguns de seus livros:

Vidas Secas (1938): Principal livro de Graciliano Ramos, Vidas Secas traz a história da família de retirantes comandada pelo vaqueiro Fabiano e sua mulher. Os personagens partem rumo ao sul, buscando um local em que haja água, comida e oportunidade de emprego. A obra explora a miséria do sertão e aborda aspectos psicológicos dos personagens.

São Bernardo (1934): traz a história de Paulo Honório, homem de origem humilde que busca crescer na vida e abre mão de sua humanidade, tornando-se bruto e violento. A narrativa conta com duas formas do protagonista: narrador e personagem. Enquanto personagem, Paulo Honório aparece no passado, mas como narrador o tempo do texto é o presente.

Memórias do Cárcere (publicação póstuma - 1953): Graciliano Ramos foi preso em 1936, sendo solto em 1937 por pressão dos intelectuais brasileiros. Dez anos depois, o autor escreveu suas memórias do período em que ficou preso, falando sobre violência, atraso político, perseguição e outros temas.

3. Rachel de Queiroz

Capa de O Quinze, de Rachel de Queiroz.
Créditos: Editora Record

Primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras, Rachel de Queiroz foi uma romancista, cronista e jornalista que ganhou destaque com obras de cunho social, em forma de Romance, para falar da luta do povo contra a seca e a miséria. Em seu primeiro livro, “O quinze”, a autora baseou-se no que vivenciou com a escassez de água e comida que motivou sua ida com a família para o Rio de Janeiro. Estão entre suas obras:

O Quinze (1930): O livro aborda a grande seca de 1915 e os dilemas dos retirantes nordestinos: sair em busca de uma vida melhor ou permanecer na sua amada terra?

A Donzela e a Moura Torta (1948): O livro reúne crônicas de Rachel de Queiroz que foram publicadas em jornais cariocas.

Memorial de Maria Moura (1992): É a história de uma filha de fazendeiro que fica órfã e larga suas terras por causa da cobiça de seu padrasto e primos. Acompanhada por alguns empregados, ela enfrenta dificuldades no sertão e começa a liderar saques e roubos, virando uma lenda como fora da lei.

4. Clarice Lispector

Capa de Perto do Coração Selvagem, de Clarice Lispector.
Créditos: Editora Rocco Digital

De origem ucraniana, Clarice Lispector veio para o Brasil ainda criança fugindo da perseguição aos judeus. A escritora, também jornalista, colocava em suas obras problemas enfrentados pelas mulheres em diferentes idades e tabus do universo feminino. A autora teve, ainda, uma fase voltada para a literatura infantil. Fazem parte de suas obras:

Perto do Coração Selvagem (1944): Alternando entre o presente e passado, Perto do Coração Selvagem mostra a adolescência e juventude de Joana, uma órfã que é rodeada de personagens que influenciam na formação de sua personalidade (positiva ou negativamente).

O Lustre (1946): O Lustre é focado nos sentimentos de Virgínia, na forma como ela enxerga e vive o amor. Clarice Lispector não trata do ambiente em que está a personagem, mas do interior da protagonista, que tem a história contada da infância até a vida adulta.

A Hora da Estrela (1977): Último romance de Clarice Lispector, traz para os leitores a personagem Macabéa, a qual tem a história contada pelo narrador fictício Rodrigo S.M. Alagoana que vive no Rio de Janeiro, a protagonista não é convencional, e o leitor pode acompanhar seus delírios, desejos e sentimentos que resultam em um desfecho diferente do que foi por ela sonhado.

5. Lygia Fagundes Telles

Capa de As Meninas, de Lygia Fagundes Telles.
Créditos: Companhia das Letras

Primeira brasileira a ser indicada ao prêmio Nobel de Literatura, Lygia Fagundes Telles integra a Academia Brasileira de Letras e a de Ciências de Lisboa. Suas obras focam na psicologia feminina e no ambiente urbano. Conheça alguns livros da autora:

Ciranda de Pedra (1954): Esse livro traz a visão da filha caçula de um casal de classe média que passa por uma separação. A jovem expõe os podres da vida de fachada das famílias tradicionais e o jogo de poder presente na sociedade da época. Temas como ciúmes, traição e transtornos psiquiátricos são tratados de forma inovadora nessa obra.

As Meninas (1973): Ousado por tratar da repressão em tempos de Ditadura Militar, o livro As Meninas fala de censura e tortura, relatando os conflitos vividos por três jovens universitárias que moravam em um pensionato de São Paulo. Os leitores podem acompanhar as confidências de cada uma delas e conhecer mais sobre a época.

Conspiração de Nuvens (2007): O livro reúne ficção e realidade em um compilado de contos inéditos e lembranças da infância, histórias sobre viagens, crônicas e perfis sobre intelectuais brasileiros com os quais Lygia conviveu.

Literatura Estrangeira

A literatura estrangeira é responsável pelo crescente número de leitores adolescentes e jovens. Muitas obras chegam aos brasileiros por meio de suas adaptações para filmes, séries e programas de TV. Com a repercussão nos meios de comunicação, os fãs costumam procurar os livros que deram origem aos roteiros para conhecer as histórias de forma mais aprofundada.

Entre os livros de língua estrangeira muito procurados estão:

  •  Harry Potter

  •  Senhor dos Anéis

  •  Divergente

  •  As Crônicas de Gelo e Fogo (série de livros de Game Of Thrones)

  •  The Maze Runner

  •  Orgulho e Preconceito, Razão e Sensibilidade e Emma (Jane Austen)

  •  Crônicas de Nárnia

Uma oportunidade para quem curte outro idioma é procurar seu livro favorito ou o que deseja para ler na língua original e exercitar a leitura instrumental e interpretação.

Divertir-se e aprender: uma ótima escolha para o período de férias escolares!

Escritor do artigo
Escrito por: Lorraine Vilela Campos Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

CAMPOS, Lorraine Vilela. "Dicas de livros para ler nas férias"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/ferias/dicas-livros.htm. Acesso em 28 de março de 2024.

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