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Ginástica

A ginástica é uma prática que trabalha capacidades físicas do corpo humano, como força, flexibilidade e consciência corporal.

Rebeca Andrade em salto espacate nos Jogos Olímpicos Rio 2016.
Rebeca Andrade é a primeira atleta brasileira da ginástica artística a conquistar uma medalha olímpica. [1]
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A ginástica é uma prática corporal que envolve aspectos físicos como flexibilidade, coordenação motora e força. Ela pode ser competitiva, caracterizada como esporte, e não competitiva, como exercício físico em prol da saúde e bem-estar.

Os tipos de ginásticas esportivas são: ginástica artística (solo, salto sobre a mesa, trave olímpica, cavalo com alças, argolas, barras assimétricas, barras paralelas e barra fixa), acrobática, rítmica e de trampolim. Entre as ginásticas não esportivas, estão: ginástica de condicionamento físico, laboral e fisioterápica.

Leia também:  Parkour — um tipo de atividade física inspirada no “método natural de educação física” 

Tópicos deste artigo

Tipos de ginástica

As modalidades de ginástica são diversas e podem ser esportivas e não esportivas. Confira as características e o formato da prática de cada tipo de ginástica.

→ Ginástica esportiva

Veja a seguir os tipos de ginástica esportiva.

• Ginástica artística

A ginástica artística é uma modalidade esportiva que contempla diferentes habilidades motoras do corpo humano, como força e flexibilidade. Ela pode ser realizada com ou sem o uso de aparelhos.

Por meio do treinamento de rendimento, os atletas apresentam verdadeiros espetáculos que envolvem movimentos artísticos com o corpo. Ou seja, o processo criativo é fundamental para uma boa performance.

A ginástica artística se tornou esporte olímpico em 1896, com a estreia da categoria masculina. As mulheres competiram nos Jogos Olímpicos pela primeira vez em 1928.

Essa modalidade também é chamada de ginástica olímpica, mas, atualmente, o termo mais utilizado internacionalmente é ginástica artística, já que outros tipos de ginástica, como a de trampolim e a rítmica, também são esportes olímpicos.

A ginástica artística possui variações de acordo com as categorias:

  • Feminina e masculina: solo e salto sobre a mesa.
  • Somente feminina: barras assimétricas e trave olímpica.
  • Somente masculina: cavalo com alças, barras paralelas e barra fixa.

A seguir, entenda cada uma dessas categorias da ginástica artística.

⇒ Solo

A ginástica artística solo é realizada em um espaço com área de 12 m², a qual não pode ser ultrapassada durante a performance.

Simone Biles nos Jogos Olímpicos Rio 2016.
Simone Biles é atleta olímpica de destaque dos Estados Unidos na ginástica. [2]

São necessários na composição: elementos acrobáticos, com o uso de movimentos de voos ou não, e elementos ginásticos, tais como combinações de passos, saltos, giros, corridas e ondas corporais. A música é um aspecto presente somente na modalidade feminina.

O tempo de apresentação varia de acordo com a categoria. Na modalidade feminina, deve ser de um minuto e dez segundos a um minuto e 30 segundos. Na masculina, de 50 segundos a um minuto e dez segundos.

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⇒ Salto sobre a mesa

Com uma altura de 1,10 metros para mulheres e 1,35 metros para os homens, a mesa é o objeto no qual os atletas têm de apoiar com as duas mãos para realizar o salto.

Os competidores correm em uma pista de 25 metros. A corrida pode ser realizada por aproximação, caracterizada pela velocidade, ou com a utilização de elementos acrobáticos.

Menina saltando sobre a mesa de ginástica.
Atleta de iniciação esportiva saltando sobre mesa de ginástica.

Ao final da corrida, há o impulso no trampolim, que deve ser feito com os dois pés e, logo em seguida, ocorre o apoio na mesa.

Um dos principais critérios para a nota atribuída à apresentação é a precisão na queda. O desequilíbrio na aterrissagem gera desconto de pontos no desempenho. Esse é o tipo de prova mais rápido entre as modalidades de ginástica artística, com duração aproximada de 50 segundos.

⇒ Trave olímpica

Na trave olímpica, as competidoras devem realizar movimentos ginásticos e acrobáticos em equilíbrio sobre a trave. São utilizadas variações de movimentos, entre rápidos e lentos, bem como para diferentes lados.

Ginasta na trave olímpica.
O equilíbrio é um dos principais fatores na modalidade da trave olímpica.

A dimensão da trave é de 5 metros de comprimento e 10 centímetros de largura. A performance deve durar entre um minuto e dez segundos e um minuto e 30 segundos.

⇒ Cavalo com alças

O cavalo com alças é um aparelho de ginástica exclusivo para a modalidade masculina. Os atletas executam movimentos contínuos em círculos e tesouras. Podem tocar no cavalo apenas as mãos. O equipamento possui altura de 1,05 metro e comprimento de 1,60 metro.

Atleta apoiado no cavalo com alças para realizar movimento.
Atleta apoiado no cavalo com alças para realizar movimento.

⇒ Argolas

Na prova de argolas, os atletas realizam movimentos de equilíbrio, balanço e força. Quanto menos tremer a estrutura, melhor será o desempenho. É necessário durante a apresentação que o competidor fique parado em posição vertical ou horizontal, em relação ao chão, por dois segundos.

Atleta realizando movimento estático na horizontal na prova de argolas.
Atleta realizando movimento estático na horizontal, obrigatório na apresentação nas argolas. [3]

As argolas ficam a uma altura de 2,55 metros do chão, possuem 18 centímetros de diâmetro e 50 centímetros de distância entre elas.

⇒ Barras assimétricas

Nas barras assimétricas os atletas realizam movimentos com giros, como as piruetas e os mortais, bem como elementos com voos. Nas provas há mudanças de empunhaduras e de barras.

Competidora em movimento na barra mais alta da modalidade de barras assimétricas.
Competidora em movimento na barra mais alta da modalidade de barras assimétricas.

As barras possuem comprimento de 2,4 metros, sendo que a mais alta tem 2,36 metros de altura e a mais baixa conta com 1,57 metro em relação ao chão. Elas são fabricadas com fibras sintéticas e materiais aderentes.

⇒ Barras paralelas

Nas barras paralelas, os atletas executam movimentos com uso de força e equilíbrio, adotando giros e paradas de mão. É obrigatório utilizar as duas barras que ficam a 1,75 metro do chão.

Ginasta em parada de mão nas barras paralelas.
Ginasta em parada de mão nas barras paralelas.

⇒ Barra fixa

Durante a realização da barra fixa, os competidores devem manter-se em movimento com a execução de mortais e saltos carpados. A altura do aparelho é de 2,55 metros.

 Atleta em salto na apresentação na barra fixa.
Atleta em salto na apresentação na barra fixa.

• Ginástica rítmica

A ginástica rítmica foi criada em meados do século XX e possui influência na expressão corporal e coreografias dos estudiosos em dança como Laban e Duncan. Outras referências para sua criação foram os movimentos naturais propostos pelo sueco Noverre e o movimento expressivo do músico francês Delsarte.

Ginasta praticando ginástica rítmica com fita.
Ginasta realiza movimento com fita, um dos aparelhos da ginástica rítmica.

Nessa modalidade, há a combinação de movimentos ginásticos e de dança com o uso de aparelhos. O esporte possibilita apresentações harmônicas aos espectadores e para os atletas exercícios físicos que exploram os estímulos motores e sensoriais.

Cada categoria possui um conjunto de aparelhos a serem utilizados:

  • Feminina: corda, arco, bola, maças e fita.
  • Masculina: corda, arcos, maças e bastão.

O primeiro campeonato mundial ocorreu em 1963, na cidade de Budapeste, na Hungria. O esporte passou a integrar os Jogos Olímpicos a partir de 1984, edição realizada na cidade estadunidense de Los Angeles.

A ginástica rítmica feminina é praticada individualmente ou em equipe, que é formada por cinco ginastas. Há uma rotatividade de aparelhos em cada edição de competições esportivas. Na modalidade em conjunto há duas apresentações, uma em que todas utilizam o mesmo aparelho e outra em que as cinco usam dois aparelhos diferentes.

Compõem os principais movimentos da ginástica rítmica movimentos fundamentais como os saltos, equilíbrios, pivots, flexibilidade, ondas, deslocamentos variados, saltitos, balanceios, circunduções e giros.

• Ginástica acrobática

A origem da ginástica acrobática é datada da Idade Média, em diferentes localidades como o Egito, China, Grécia e Japão. Ela também é conhecida como acrosport e esporte acrobático. A modalidade ainda não é um esporte olímpico.

Crianças ginastas praticando ginástica acrobática.
Quarteto de meninos durante apresentação de ginástica acrobática infanto-juvenil. [4]

Com inspirações no universo circense, essa modalidade requer força, equilíbrio, flexibilidade, agilidade, consciência corporal, bem como a compenetração entre os praticantes.

Dividem-se entre os seguintes elementos técnicos:

  • Posições estáticas: figuras feitas pelos atletas por três segundos.
  • Dinâmicas: lançamentos, voos e recepções.

A ginástica acrobática pode ser realizada em dupla (somente mulheres ou homens, ou de forma mista), em trio (somente mulheres) ou em quarteto (somente homens).

Os atletas realizam a apresentação com coreografia acompanhada de música com duração máxima de dois minutos e 30 segundos. O tablado possui área de 12 m².

• Ginástica de trampolim

A ginástica de trampolim também possui raízes na Idade Média, nas práticas circenses. Essas atividades utilizam equipamentos parecidos com os trampolins para possibilitar a execução de acrobacias.

George Nissen foi o responsável por criar a versão moderna em 1934. A estreia enquanto esporte olímpico ocorreu nas Olimpíadas de 2000, em Sydney, na Austrália.

Mulher praticando ginástica de trampolim.
Ginasta realiza salto com espacate após impulso no trampolim.

A ginástica de trampolim possui três modalidades:

  • Trampolim individual e sincronizado: o ginasta ou a dupla de atletas realiza movimentos acrobáticos em uma cama elástica com dimensão de 5 metros por 3 metros. No caso do sincronizado, cada competidor fica em um trampolim.
  • Duplo minitrampolim: o praticante realiza uma corrida combinada de elementos técnicos. A dimensão do aparelho é menor, 2,85 metros por 90 centímetros.
  • Tumbling: a performance é composta por uma corrida de aproximação em pista de 25 metros. No processo são realizadas duas passadas, oito elementos acrobáticos e mais duas passadas.

Veja também: Saltos ornamentais — os saltos executados a partir de um local seco em direção à água

→ Ginástica não esportiva

Veja a seguir os tipos de ginástica não esportiva.

• Ginástica de condicionamento físico

A ginástica de condicionamento físico é a prática corporal que envolve diferentes modalidades de exercícios que visam qualificar as capacidades físicas do corpo humano.

Esse tipo de ginástica não é esportiva. Sua prática pode ser percebida em ambientes como as academias. Nesses espaços são encontradas modalidades como a musculação, dança, treinamento funcional, ergometria, entre outras.

A pessoa que realiza esse tipo de atividade pode estar buscando melhorar ou atingir qualidade de vida, emagrecimento, definição muscular, aptidão física, saúde mental, hipertrofia e interação social.

Mulher praticando ginástica em casa.
O uso de cargas ao se exercitar é uma prática de ginástica de condicionamento físico.

Ginástica laboral

A ginástica laboral é a prática corporal que é praticada no ambiente de trabalho. A intervenção dessa prática corporal nos espaços corporativos tem por objetivo melhorar aspectos da saúde dos trabalhadores.

Mulher fazendo ginástica laboral.
Uma das atividades mais comuns da ginástica laboral é o alongamento de membros e partes do corpo.

Atividades de ginástica laboral incluem movimentos simples como os executados no alongamento muscular. Eles provocam o alívio das tensões nos músculos e podem reduzir desconfortos no corpo, uma vez que é muito comum dores na coluna vertebral, por exemplo, devido à má postura em caso de pessoas que trabalham sentadas por muito tempo.

• Ginástica fisioterápica

A ginástica fisioterápica é uma intervenção de prática corporal de prevenção ou tratamento de lesões. O profissional responsável por supervisionar esse tipo de atividade é o fisioterapeuta.

A influência da medicina na ginástica a partir do século XIX, conhecida como ginástica científica, possibilitou variações de práticas corporais tais como a ginástica fisioterápica, que possui um caráter médico.

Homem praticando pilates com ajuda de um professor.
O pilates é uma das principais modalidades de ginástica fisioterápica.

Confira alguns tipos de ginástica fisioterápica:

  • pilates;
  • cinesioterapia;
  • reeducação postural global (RPG);
  • isostretching;
  • método Rolfing®;
  • facilitação neuromuscular proprioceptiva (Kabat / FNP);
  • hidroterapia.

Saiba mais: Balé — um tipo de dança considerada clássica

História da ginástica

A palavra ginástica possui origem no termo grego gymnászein, que quer dizer “treinar”. No sentido literal, o significado é “exercitar-se nu”, que era a forma como os gregos realizavam os exercícios físicos.

Na Antiguidade, as práticas corporais estavam presentes em diferentes civilizações e contextos. No Egito, a ginástica acrobática era realizada em rituais religiosos e festivos. Havia pessoas que se expressavam artisticamente em público por meio de movimentos acrobáticos.

na Índia, a ginástica possui forte relação com a prática de yoga. Nessa atividade, além das vivências corporais que podem ser estáticas ou dinâmicas há também o aspecto filosófico, que envolve ideais e atividades de meditação.

Povos que habitavam a Itália antes dos romanos, os etruscos também praticavam movimentos ginásticos, sendo indicada partir de figuras etruscas em bronze, datadas do século IX a. C., a expressão artística por meio do corpo.

A ginástica estava relacionada ao caráter educativo do corpo no período clássico na Grécia (séculos V a XV), tanto para a formação moral quanto para a preparação militar. O exercício físico era praticado com a intenção de consolidar o desenvolvimento do corpo e a qualificação do pensamento, possibilitando o desenvolvimento integral do cidadão. Utilizava-se tanto a prática física quanto artística para essa finalidade. As mulheres que eram excluídas das práticas políticas e sociais não participavam dessas vivências corporais.

No Império Romano, as atividades de ginástica eram percebidas no processo de formação de guerreiros e como uma prática lúdica presente nas atividades circenses.

Na Idade Moderna, surgiram as escolas europeias de ginástica e seus métodos, desenvolvidos como bases fundamentais para compreender a prática:

Essas escolas difundiam, por meio da ginástica, os princípios disciplinador, higienista, eugenista e nacionalista quanto à preparação de soldados e trabalhadores.

Esses métodos foram influentes até 1939. Após essa data, universalizou-se o conceito de ginástica. Com isso, os termos “ginástica” e “Educação Física” foram separados, que por muito tempo recebiam o mesmo sentido.

Ginástica no Brasil

A ginástica começou a ser praticada no Brasil a partir da colonização alemã no estado do Rio Grande do Sul, em 1824. A instituição mais antiga da modalidade é a Sociedade Ginástica de Joinville, em Santa Catarina, que foi criada em 1858.

O ensino da ginástica na educação básica começou a ser implementado em 1851 por Couto Ferraz. O método alemão foi a principal escola que influenciou a prática da ginástica no Brasil.

A história da ginástica no país se mistura com a da Educação Física, uma vez que esses conceitos já foram interpretados com um mesmo significado.

Com o início da república e o fortalecimento do exército, a prática de ginástica influenciada pelos métodos alemão, sueco e francês era difundida como meio de intervenção militar. Essa atividade tinha os mesmos princípios dos métodos desenvolvidos na Idade Moderna.

O primeiro campeonato nacional da ginástica no Brasil foi realizado em 1950. A filiação da modalidade à Confederação Brasileira de Desportos (CBD) ocorreu um ano depois. A primeira vez que uma equipe brasileira de ginastas competiu nos Jogos Olímpicos foi na edição de Moscou, em 1980.

Rebeca Andrade foi a primeira atleta de ginástica a ganhar uma medalha de ouro olímpica pelo Brasil. Nas Olimpíadas de 2020, realizada em 2021 em Tóquio, no Japão, a brasileira foi campeã na prova de salto sobre a mesa e medalha de prata no individual feminino.

Federação Internacional de Ginástica (FIG)

Em 1881, o belga Nicolas Cupérus criou a Federação Europeia de Ginástica (FEG), que se tornou em 1921 a Federação Internacional de Ginástica (FIG). O órgão começou a organizar as competições esportivas a partir de 1903.

Inicialmente, os eventos aconteciam a cada dois anos, depois passaram a ser realizados de quatro em quatro anos. Atualmente, a sede da FIG está localizada na cidade de Lausanne, na Suíça.

São funções da FIG, das confederações e federações de ginástica a regulamentação, a gestão e a promoção da ginástica em todas as suas dimensões. Ou seja, essas instituições atuam na definição de regras, calendário de competições e aparelhagem das modalidades esportivas em ginástica. Outra responsabilidade desses órgãos é desenvolver ações que fomentem a ginástica na sociedade.

Créditos de imagens

[1] Salty View / Shutterstock

[2] Leonard Zhukovsky / Shutterstock

[3] Just dance / Shutterstock

[4] Vladimir Vasiltvich / Shutterstock

 

Por Lucas Afonso
Jornalista e profissional de Educação Física

Escritor do artigo
Escrito por: Lucas Afonso Jornalista pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e bacharel em Educação Física pelo Centro Universitário Internacional (Uninter).

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

AFONSO, Lucas. "Ginástica"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/educacao-fisica/ginastica.htm. Acesso em 19 de abril de 2024.

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